Sedap apoia produção de ostras no Pará

Enviado por leandro.reis em Ter, 28/02/2023 - 13:50

 

Texto: Rose Barbosa - Ascom Sedap

Fotos: Mateus Costa - Ascom Sedap

 

Um divisor de águas para a ostreicultura. Foi assim que os produtores de ostras dos municípios de Augusto Corrêa, Maracanã, Curuçá, Salinópolis e São Caetano de Odivelas, localizados no nordeste do Pará,  avaliaram o resultado da reunião realizada nesta quarta-feira (2) com representantes da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap). Os ostreicultores fazem parte da Rede Nossa Pérola, coordenada pelo Sebrae-Pará que também participou do encontro na sede da secretaria.

 

1

 

Também participaram da programação pelo Governo do Estado os representantes do Pará Rural e da Adepará. O encontro foi coordenado pelo titular da Sedap, Giovanni Queiroz, que recebeu das mãos dos produtores um documento contendo uma relação de itens reivindicados pelo segmento no estado.

 

 Entre eles, o investimento na capacidade do produtor para melhorar a infraestrutura de produção e a intermediação da Sedap junto ao Governo Federal para a instalação no Pará de um laboratório de análises da água onde é feita a produção de ostras com a finalidade da verificação  necessária para processar o produto e assim permitir a comercialização para  novos mercados e assim chegar, por exemplo, às prateleiras de supermercados ou restaurantes. Este laboratório permitirá, ainda, comercializar as ostras para outros estados.  

 

O secretário Giovanni Queiroz ressaltou que a orientação do governador Helder Barbalho aos órgãos do setor produtivo é uma atenção especial ao setor de pesca e aquicultura, em especial, na extração de ostras, camarão e caranguejo. “Essa reunião foi importante porque ouvimos as demandas do setor produtivo efetivamente, ou seja, com quem produz e colhe essa ostra e distribui para o nosso consumo; estamos incentivando o segmento com os olhos voltados para a economia familiar; queremos que eles avancem para terem uma rentabilidade que lhes garanta uma vida digna”, ressaltou. O secretário frisou que o documento entregue será avaliado, mas de antemão, já adiantou que será possível atender ao pleito do grupo. “Nós vamos ter depois que ampliar o financiamento para todos eles, o que é plausível, o que é rentável e com isso alavancarmos a economia do estado”.

 

O secretário explicou que em relação à instalação no Pará de um laboratório de análise da água seria semelhante ao que funciona nos estados de Santa Catarina e Paraná, que são grandes produtores de ostras.  “Esse laboratório fiscaliza a água onde a ostra é produzida, para verificar se há alguma substância toxica que possa contaminar o alimento; nós vamos atrás do credenciamento desse laboratório junto ao Governo Federal para viabilizar o processamento e comercialização da nossa ostra”, garantiu Queiroz.

 

O engenheiro de pesca, Rogério Reis, que é filho de produtor de ostra e também trabalha com o produto em Augusto Corrêa, explicou que foi importante o encontro com representantes do Governo do Estado para buscar suporte institucional e financeiro para investir nesta atividade que tem um imenso potencial para a região. “Nós temos todas as condições ambientais favoráveis ao desenvolvimento dessa atividade, só que o público envolvido ainda tem uma baixa capacidade de investimento e isso acaba gerando uma série de dificuldades em vários aspectos e há alguns que só conseguimos resolver com a ajuda do Estado”, salientou.

 

2

 

 Amazônica- No Pará, a produção em média de ostras é de 75 toneladas anuais, bem menor ainda se comparado com Santa Catarina que aparece como o maior produtor nacional do produto  que produz  99% do molusco de todo o Brasil.  Mas, conforme ressaltou o engenheiro de pesca, a atividade iniciou no estado da região Sul ainda na década  de 70 enquanto no Pará iniciou em 2001 sendo que a comercialização só passou a ser feita em 2006 com o apoio do Sebrae. “As espécies produzidas nos dois estados são totalmente diferentes. Aqui nós temos a Crassostrea gasar, que é nativa da nossa região; a produzida por eles é uma espécie exótica, japonesa, oriunda do pacífico”, explicou o especialista.

 

 O Pará conta com 80 produtores de ostras divididos em sete associações distribuídas nos cinco municípios localizados no nordeste do Pará. Segundo o engenheiro de pesca, a atividade vem se desenvolvendo no estado e a previsão é o aumento gradual na quantidade de ostreicultores. O Pará é o quarto maior produtor, ficando atrás de Santa Catarina, São Paulo e Paraná.

 

 Entre os que sobrevivem da produção de ostra no Pará e que participou da reunião na Sedap está a produtora Maria José dos Santos, que há 19 anos trabalha com ostras na comunidade de Santo Antônio de Urindeua, localizada a 20 quilômetros da sede de Salinópolis. Ela lembra que iniciou a atividade com a criação de sementes e com seis meses depois começou a fazer a venda da ostra baby e já trabalha atualmente com a de tamanho master.

 

3

 

Ela disse que vende direto para o consumidor final no município de Salinas. A produtora faz a comercialização com o apoio da Associação dos Agricultores, Pescadores e Aquicultores do Rio Urindeua. A ostreicultora aprovou o resultado da reunião realizada na Sedap. “Tivemos a felicidade de estar na presença do secretário; estou saindo com uma credibilidade grande; ele nos explicou que o governador pediu toda a atenção na nossa atividade e isso nos dá um otimismo muito grande para a melhoria da nossa atividade”, destacou a produtora.