Fontes de vitaminas e sabor variado, além de fazer parte do hábito alimentar dos paraenses, as ‘superfrutas’ da Amazônia- como o cupuaçu e o açaí – foram destaques no painel apresentado na última quarta-feira (17), durante o Fruit Attraction, evento internacional que encerra hoje (18), em São Paulo, e que reúne representantes de mais de 45 países. Coordenada pela Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), a exposição deu um panorama sobre a fruticultura paraense e as oportunidades de negócios.
O Pará é líder folgado na produção do açaí. Mais de 93% de toda a produção nacional se concentra no estado, conforme explanou o engenheiro agrônomo Geraldo Tavares, que é o gerente de Fruticultura da secretaria. Além do servidor da Sedap, o repasse de informações sobre a fruticultura no Pará contou com a participação dos representantes das empresas Lima Citros e Bellamazon.
No total, a comitiva paraense conta com a participação de 10 representantes do setor de fruticultura do estado, incluindo o deputado Antônio Tonheiro, representante da Assembleia Legislativa do Estado (Alepa). O titular da Sedap, Giovanni Queiroz, participou da cerimônia de abertura da programação, realizada na última terça-feira. Além do destaque no painel denominado de "Fruit Fórum", as frutas foram expostas para degustação e divulgação ao público no estande do Governo do Estado.
Liderança- De acordo com as informações apresentadas pelo gerente de Fruticultura, somente em 2022 – que é o ano base trabalhado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Pará produziu 1,6 milhão de toneladas de açaí. Sozinho, o estado responde por 93,87% da produção nacional que é feita em 224 mil hectares. O município de Igarapé-Miri, localizado na Região de Integração Tocantins, é o maior produtor dessa cultura.
O açaí, como frisou Tavares, se tornou uma das frutas amazônicas mais apreciadas tanto nos estados brasileiros como em outros países. De acordo com os dados apresentados no painel, a comercialização interestadual do açaí gerou aproximadamente R$ 656 milhões. Já para outros países (exportação) foi gerado o valor de quase R$ 196 milhões.
Durante a apresentação, o público conheceu, também, os atributos da ‘superfruta’ açaí, como a ação antioxidante, alta concentração de cálcio e de teor de proteínas, além da alta concentração de vitaminas, carboidratos e complexo B.
O cacau também é outra cultura na qual o Pará lidera. Com uma produção anual de 149 mil toneladas, a fruta produzida em diferentes regiões do estado é detentora de premiações nacionais e internacionais.
Outra fruta destaque na produção paraense, o abacaxi também foi tema do painel apresentado durante a participação dos representantes do Pará. De acordo com os dados, o Pará produziu 350 milhões de frutos em 2022 em 14,2 mil hectares. O município de Floresta do Araguaia é o maior produtor. A capital paraense é abastecida pelo município de Salvaterra, localizado no arquipélago do Marajó.
O cupuaçu, que é outra fruta na qual o Pará é referência em termos de produção, foi destaque no painel coordenado pela Sedap. De acordo com os dados, a produção anual em média é de 1,6 milhão de toneladas em uma área de 224 mil hectares. Tavares lembrou que em 2012 a Embrapa Amazônia Oriental lançou a cultivar BRS Carimbó, com menor índice de acidez da polpa e tolerância à doença vassoura de bruxa e com uma produtividade de 11.600 kg de fruto por hectare, um acréscimo de 244% em relação à média da produtividade estadual que é de 3.370 kg por hectare, segundo explanou o engenheiro agrônomo.
Citros- Apesar de não ser o maior produtor de frutas cítricas, o Pará se destaca cada vez mais na produção, segundo detalhou o gerente de Fruticultura. O estado é o quinto maior produtor de laranja e o terceiro de limão, e conta com dois polos citrícolas com áreas livres de cancro cítrico – que é uma das doenças que acometem essas culturas: Capitão Poço e Monte Alegre (juntando os municípios de Alenquer, Belterra, Mojuí dos Campos, Prainha e Santarém).
O interesse de investidores de outros estados na procura de áreas na região do nordeste do Pará, visando a implantação de novos projetos citrícolas, tem aumentado, segundo avaliou Tavares.
Ele enfatizou que durante a participação do Pará no evento em São Paulo, houve uma expressiva demonstração de interesses de representantes de empresas pela fruticultura paraense.
”Inclusive muitas empresas querendo comprar, pegando os contatos para comercialização futura. Alguns investidores já vieram aqui, inclusive, para viabilizar um projeto em Monte Alegre com o limão; há muita curiosidade sobre as frutas amazônicas, principalmente o açaí e o cupuaçu”, avaliou.